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Inclusão em Números, Exclusão na Prática: Matrículas de Alunos com Autismo Crescem 44%, Mas Escolas Ainda Não Estão Preparadas

15 de Maio de 2025 Notícias

O Censo Escolar 2024, divulgado recentemente pelo Ministério da Educação (MEC), trouxe à tona um dado inédito e expressivo: o número de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) matriculados na educação básica cresceu 44,4% em apenas um ano, passando de 636.202 em 2023 para 918.877 em 2024. A notícia, apesar de positiva à primeira vista, acende um alerta importante.

O Instituto Autismo Brasil manifesta sua profunda preocupação com o que os números revelam — não apenas um avanço no diagnóstico e visibilidade do TEA, mas também uma ausência de políticas estruturadas que garantam acesso com qualidade. O aumento nas matrículas não tem sido acompanhado pela devida preparação das escolas públicas e privadas para receber essa nova realidade.

 

“Cresce a matrícula, mas não cresce o suporte”

 

A deputada estadual Andréa Werner (PSB-SP), ativista pelos direitos das pessoas autistas, comentou o tema de forma contundente em suas redes sociais. Segundo ela, a crise enfrentada por alunos com TEA nas escolas não se resume ao ambiente físico, mas à falta de preparo dos profissionais da educação, à ausência de apoio técnico especializado e à negligência nas adaptações sensoriais, pedagógicas e comportamentais.

 

Para Werner, a inclusão escolar no Brasil tem se tornado uma “farsa protocolar”, onde o aluno é aceito na matrícula, mas não recebe o suporte necessário para se desenvolver ou permanecer com dignidade no espaço escolar.

 

O que falta nas escolas para garantir inclusão de verdade?

 

Segundo análise do Instituto Autismo Brasil, os principais gargalos enfrentados pelas famílias de crianças autistas nas escolas são:

  • Ausência de professores capacitados em neurodiversidade
  • Falta de profissionais de apoio (cuidadores, terapeutas, acompanhantes especializados)
  • Ambientes sensorialmente desregulados e sem preparo
  • Currículos inflexíveis, sem adaptações individualizadas
  • Desinformação e preconceito institucional

 

Apesar da promessa do MEC de universalizar salas de recursos multifuncionais até 2026, ainda há um vácuo entre a política anunciada e a realidade vivida diariamente por mães, pais, professores e estudantes.

 

O Instituto Autismo Brasil defende: matrícula não é inclusão

 

Estar matriculado não é sinônimo de estar incluído. É preciso investir em formação, estrutura, acompanhamento e políticas públicas consistentes. A sociedade brasileira precisa compreender que a inclusão verdadeira não acontece no papel, mas no acolhimento cotidiano e nas condições concretas de aprendizagem.

 

O Instituto seguirá monitorando e cobrando ações efetivas — pois enquanto houver exclusão disfarçada de progresso, ainda teremos muito trabalho pela frente.

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