O Instituto Autismo Brasil manifesta sua profunda preocupação com o que os números revelam — não apenas um avanço no diagnóstico e visibilidade do TEA, mas também uma ausência de políticas estruturadas que garantam acesso com qualidade. O aumento nas matrículas não tem sido acompanhado pela devida preparação das escolas públicas e privadas para receber essa nova realidade.
A deputada estadual Andréa Werner (PSB-SP), ativista pelos direitos das pessoas autistas, comentou o tema de forma contundente em suas redes sociais. Segundo ela, a crise enfrentada por alunos com TEA nas escolas não se resume ao ambiente físico, mas à falta de preparo dos profissionais da educação, à ausência de apoio técnico especializado e à negligência nas adaptações sensoriais, pedagógicas e comportamentais.
Para Werner, a inclusão escolar no Brasil tem se tornado uma “farsa protocolar”, onde o aluno é aceito na matrícula, mas não recebe o suporte necessário para se desenvolver ou permanecer com dignidade no espaço escolar.
Segundo análise do Instituto Autismo Brasil, os principais gargalos enfrentados pelas famílias de crianças autistas nas escolas são:
Apesar da promessa do MEC de universalizar salas de recursos multifuncionais até 2026, ainda há um vácuo entre a política anunciada e a realidade vivida diariamente por mães, pais, professores e estudantes.
Estar matriculado não é sinônimo de estar incluído. É preciso investir em formação, estrutura, acompanhamento e políticas públicas consistentes. A sociedade brasileira precisa compreender que a inclusão verdadeira não acontece no papel, mas no acolhimento cotidiano e nas condições concretas de aprendizagem.
O Instituto seguirá monitorando e cobrando ações efetivas — pois enquanto houver exclusão disfarçada de progresso, ainda teremos muito trabalho pela frente.
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